Todos à rua!<br>Por um Portugal com futuro

Jaime Toga (Membro da Comissão Política)

Os últimos 38 anos de acção de governos da política de direita conduziram o País à actual situação de declínio económico, retrocesso social, perversão do regime democrático e alienação da soberania nacional. Realidade que sofreu forte agravamento com o processo capitalista de integração da UE e, mais recentemente, pela aplicação dos PEC do governo do PS e do pacto de agressão, subscrito por PS, PSD e CDS e concretizado pelo actual Governo do PSD/CDS-PP.

A Marcha pode ser uma alavanca para o alargamento da coligação PCP-PEV

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Procurando esconder a realidade e as consequências de opções tomadas pelos partidos da política de direita, a propaganda difundida pelos meios de comunicação social branqueia as consequências das medidas gravosas e o desastre que estas provocaram ao País e à vida de milhões de pessoas. Apesar de terem anunciado a saída formal da troika e o fim da austeridade, a realidade confirma a tentativa de levar ainda mais longe o ataque aos direitos, aos salários, aos serviços públicos, às funções sociais do Estado, à soberania e ao próprio regime democrático. Um esforço de materialização de objectivos que este Governo politicamente derrotado e socialmente isolado procura concretizar, apesar da notável resistência de muitos sectores e camadas da população que diariamente luta e resiste, mesmo num contexto adverso e desfavorável.

A cortina que branqueia os executantes da política de direita e apresenta como inevitabilidades as opções que afundam o País é a mesma que esconde a alternativa patriótica e de esquerda que o PCP apresenta ao povo português e que encontra na CDU a possibilidade de convergência de todos os que não abdicam de lutar pelo seu país e pela dignidade das suas vidas.

Mesmo enfrentando um feroz silenciamento, a Marcha Nacional «A Força do Povo» é já um êxito pelas presenças confirmadas, pela afirmação de rua, pelos apoios conquistados, pela força e confiança que transmite a este colectivo partidário, mas também pelo sinal que dá a todos os que procuram uma alternativa capaz, coerente e consequente. A Marcha Nacional será espaço de convergência de todos os atingidos por esta política que inferniza a vida ao povo, o espaço dos que se identificam com os valores de Abril, que acreditam e lutam por um Portugal com futuro. A Marcha já é um êxito, mas pode e deve ser ainda maior, com o trabalho de divulgação e mobilização que até sábado ainda podemos fazer.

A Marcha Nacional pode ser uma alavanca decisiva na criação de uma dinâmica de contacto e alargamento da coligação PCP-PEV.

Que ninguém falte!

A situação do País é exigente e complexa, em certos aspectos até extraordinária, razão pela qual se reclama a participação de todos na luta pela derrota deste Governo e desta política. Uma luta que tem consequência na presença na Marcha Nacional, no apoio à CDU e à política patriótica e de esquerda.

No próximo sábado, um mar de gente percorrerá a Avenida da Liberdade, em Lisboa. Lá estará a luta pela alternativa, pela justiça social, pelo desenvolvimento económico, pela soberania nacional, pelos serviços públicos, pelo trabalho com direitos, pela Constituição da República. No próximo sábado desfilará pela Avenida da Liberdade a força, a coragem, a determinação e a convicção de quem tem um percurso de trabalho, honestidade e competência, com provas dadas na gestão de muitas autarquias.

Na Marcha Nacional estarão muitos e, certamente muitos mais se juntarão à CDU até às eleições. Este é o caminho certo para quem quer ter a certeza de que o seu voto não será traído, que será utilizado para dar força a uma política de esquerda, que nunca faltará para apoiar medidas justas. É na CDU que encontram um percurso de reconhecida intervenção e luta em defesa dos trabalhadores e do povo, que marcou presença em todos os momentos e locais em que foi preciso afirmar direitos, combater injustiças, defender emprego, horários e salários, que não se remeteu à atitude cómoda assumida por outros de assistir à obra destruidora do Governo PSD/CDS-PP.

É na Marcha Nacional e na coligação PCP-PEV que encontram o grande espaço de convergência e unidade de todos os patriotas e democratas que reclamam uma ruptura com este rumo. De igual forma, os que querem com o seu voto penalizar os que destruíram o País, que promoveram e alimentaram as PPP, os contratos «swap», os actos ilícitos e a corrupção, podem sem receio dar força à CDU.

Que ninguém falte!

 



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